O espiritismo é uma doutrina religiosa que ganhou força no século XIX, com o surgimento de diversas manifestações mediúnicas nos Estados Unidos e na Europa. Em 1855, o professor francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, que depois adotou o pseudônimo de Allan Kardec, decidiu investigar esse fenômeno aparentemente sobrenatural. Dois anos depois, ele publicou a obra O Livro dos Espíritos, que explicava os conceitos de encarnação-reencarnação, tornando-se a principal referência do meio, sendo considerado o codificador da Doutrina Espírita.

Kardec nasceu na cidade de Lyon, na França, em 1804. Antes de se tornar ícone do espiritismo, dedicou-se por muitos anos à educação, ministrando em sua casa aulas gratuitas de física, anatomia, química e astronomia, já demonstrando sua postura de filantropo. À época, escreveu também livros sobre as matérias que ensinava, por exemplo, Curso Prático e Teórico de Aritmética.

Após estudar os casos mediúnicos, Kardec percebeu que muitas respostas às perguntas sobre diferentes tipos de problemas eram divulgadas pelos espíritos, sem intervenções humanas. Segundo a Doutrina Espírita, o processo reencarnatório contribui para a evolução material-espiritual.

O espiritismo surgiu no Brasil também no século XIX. Um dos primeiros representantes da doutrina foi Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, mais conhecido como Bezerra de Menezes. Nascido na cidade Riacho Grande/CE, ele foi médico, militar, jornalista e escritor. Bezerra de Menezes conheceu a doutrina espírita após a publicação da obra O Livro dos Espíritos e começou a estudar as demais publicações de Allan Kardec. Ele se converteu à nova crença por entender que estava vivenciando o ápice da fé cristã. Em 1889, o escritor foi eleito presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB) e exerceu a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores.

No ano seguinte, quando tornou-se vice-presidente da instituição na gestão de Francisco de Menezes Dias da Cruz, Bezerra de Menezes traduziu o livro Obras Póstumas, de Allan Kardec. Bezerra de Menezes, figura histórica para o espiritismo, desencarnou em 11/04/1900, após um acidente vascular cerebral (AVC).

Outro nome importante no espiritismo brasileiro é Francisco Cândido Xavier, mundialmente conhecido como Chico Xavier. Ele nasceu na cidade de Pedro Leopoldo/MG, em 1910, e psicografou os primeiros livros quando retornou de uma viagem aos Estados Unidos, em 1966. Ao todo, o médium mineiro psicografou dez mil cartas e 450 livros, que venderam mais de 50 milhões de exemplares. No entanto, ele cedia os direitos autorais dos livros para instituições de caridade.

Reconhecido como o maior líder espiritual brasileiro, Chico Xavier foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em 1981 e 1982. Na ocasião, recebeu quase dois milhões de assinaturas no pedido da candidatura ao prêmio. A vida e obra do médium conquistaram o país, apresentadas nos cinemas, em filmes como Nosso Lar e Chico Xavier. Ele desencarnou em 30/06/2002, aos 92 anos. Segundo dados da polícia local, cerca de 120 mil pessoas compareceram ao seu velório, em Uberaba.

A Doutrina Espírita cresceu no Brasil nos últimos anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 2010, mostram que há quase quatro milhões de espíritas no país. A FEB estima que 14 mil entidades estão em funcionamento em centros, hospitais e escolas.

Sobre o tema que trata do assunto Magnetismo Humano, já teríamos muito o que divulgar. Allan Kardec nos traz as 12 Revistas Espíritas, permeadas de estudos e experiências que embasaram seus 35 anos de magnetizador, lembrando que ele foi contemporâneo de Mesmer, Deleuze, Barão Du Potet, Puyseguir, La Fontaine, entre outros. Como exemplo, podemos citar: